Preparativos:

     Dinheiro, documentos, saúde e segurança em viagem:

        Dinheiro:
        - Cartão de Débito/Crédito: É uma forma confortável de pagar. Por outro lado há sempre o risco de o perder ou de lho roubarem. Para além disso, é necessário ter uma boa noção do quanto já se gastou e ter em conta que aos pagamentos com cartão no estrangeiro será acrescida uma taxa (que aos poucos e poucos vai "esfaqueando" o orçamento...) pelo banco. Por isso evite pagar tudo com cartão ou levantar dinheiro às gotas (ex.: levantar montantes de 10€ várias vezes em vez de levantar 100€ de uma vez). Importantíssimo é certificar-se de que o seu cartão pode ser usado no estrangeiro e ter sempre dinheiro em mão pois caso contrário, se algo acontecer ao cartão... acabou-se!
        - Dinheiro: Convém ter sempre algum dinheiro consigo (100€, por exemplo), nunca se sabe - às vezes pode não encontrar uma máquina para levantar dinheiro ou a máquina pode não aceitar o seu cartão. Esse dinheiro deve estar bem guardado, de preferência junto a si (não na mochila). Também é uma boa ideia distribuí-lo, isto é, não guardá-lo todo no mesmo sítio. Um local de reserva pode ser uma meia dentro da mochila: dificilmente alguém vai procurar lá dinheiro! Se for a um país que não tenha o Euro como moeda, pode trocar Euros nos locais apropriados (não troque dinheiro com desconhecidos na rua, apenas em estabelecimentos oficiais e tenha atenção às taxas de câmbio) ou levantar dinheiro local a partir de um multibanco usando o seu cartão.

        Documentos:
        - O Passe: Guarde-o num local seguro pois se o perder ou se for roubado terá azar: não será substituído nem o dinheiro restituído. O bilhete do InterRail trás um "Relatório de Viagem" ("Travel Report") que deve ser preenchido a caneta (se escrever a lápis os revisores implicam) com os comboios que apanhar. Isto é ainda mais importante se o passe for do tipo Flexi pois têm um uso mais restrito (só podem ser usados X dias dentro do tempo de validade Y) e quaisquer irregularidades detectadas por um revisor podem resultar no pagamento de uma coima. Não esquecer que o bilhere/passe só é válido com o documento oficial que mostrou quando o comprou (B.I., Cartão do Cidadão, Passaporte ou Visto).

(O Travel Report: Preencher data, hora e local de partida, local de chegada e número do comboio.)

        - B.I., Passaporte ou Visto: Guarde-os também num local seguro. É muito importante que leve também fotocópias dos mesmos e os guarde num local seguro como o fundo da mochila. Se os documentos forem roubados pode ir a uma esquadra da polícia, contar-lhes a sua história e assim pedir mais facilmente novos documentos. Nos países da U.E. e na Suíça bastou-me o Cartão do Cidadão como documento de identificação (não necessitei de Passaporte). Para países como Marrocos ou países Europeus que não pertençam à U.E.  pode necessitar de uma autorização.

        - Cartão de Estudante: Se for estudante, leve um cartão que o prove. Terá assim acesso a muitos descontos (por vezes bastante grandes!), principalmente em museus.

        - Carta de Condução: Apenas vale a pena se pretender alugar um carro durante a viagem.

        Saúde: 
        - Cartão Europeu de Seguro de Doença: É um documento que assegura a prestação de cuidados de saúde quando beneficiários de um sistema de segurança social num dos estados da União Europeia, Espaço Económico Europeu ou Suíça se deslocam neste espaço. Claro que não é obrigatório mas mais vale prevenir que remediar: pode fazê-lo gratuitamente numa Loja do Cidadão.
        Se precisar de algum medicamento em especial, na maioria das farmácias europeias falam inglês.


        Segurança:
        O melhor conselho que se pode dar é: use o seu bom senso e seja sempre um pouco desconfiado (sem chegar ao extremo de virar paranóico, claro). Não vá para longe com um estranho que se ofereça para lhe mostrar a cidade (nunca se sabe quais as suas segundas intenções). Não empreste dinheiro a viajantes que não conhece - no dia seguinte podem ter desaparecido assim como a sua oportunidade de recuperar o dinheiro.
        É muito pouco provável que seja assaltado. O mais provável é que seja sorrateiramente roubado caso não esteja atento: carteiristas podem-lhe meter a mão ao bolso, gatunos podem-lhe roubar a mochila se a deixar sozinha, etc. Outra coisa que pode acontecer é tentarem arrastá-lo para esquemas ou enganá-lo (ex.: em Paris já me tentaram vender um bilhete de metro usado... também já vi uma cigana a tentar usar o conhecido "esquema do anel" com um casal...). No entanto se tiver um mínimo de atenção, desconfiança e cuidado estas situações podem ser evitadas. Um bom conselho é "ser-se discreto" e não dar grandes "ares de turista", pois são essas as principais vítimas de roubos.
        Leve os seus documentos numa pequena bolsa junto a si (uma daquelas bolsas de por à cintura ou de colocar por baixo da roupa, a tiracolo, é o ideal) de maneira a que estejam salvos de possíveis carteiristas. Não guarde nada de importante nos bolsos pequenos do lado de fora da mochila - tudo o que for importante deve estar no fundo da mochila (estão assim menos acessíveis aos ladrões).
        Não tire os olhos da sua mochila. A um ladrão bastam uns segundos para desaparecer com ela assim que se distrair. Se não quiser andar com ela de um lado para o outro, pode deixá-la nos cacifos das estações de comboio (embora só as grandes estações os costumem ter). Se ficar alojado num hostel ou parque de campismo, deixe os seus pertences num cacifo e não no quarto/tenda. Quando viajar em comboios nocturnos tenha os seus pertences principais junto a si de modo a que seja difícil roubá-lo sem o acordarem. Um aloquete/cadeado de bicicleta pode ser usado para prender temporariamente a mochila a algum lugar ou às mochilas do seu companheiro de viagem.
        Se não se sentir seguro num compartimento de comboio, mude-se para um onde estejam pessoas mais velhas ou homens e mulheres de família.
        No caso improvável de perda/roubo de documentos ou de qualquer outro problema grave, pode contactar a embaixada de Portugal nesse país. Veja na lista de países do Portal das Comunidades Portuguesas o contacto e localização das embaixadas Portuguesas nos países que visitará. Lembre-se que sendo cidadão de um Estado-Membro da UE é automaticamente considerado como cidadão da UE e tem direito a assistência consular fora da UE (mesmo se o seu país ali não estiver representado). Pode contactar a embaixada ou consulado de outro Estado-Membro da UE e pedir ajuda, se, por exemplo, for detido, estiver envolvido num acidente grave ou perder documentos importantes

(Este tipo de bolsa de usar por baixo da roupa é óptimo para guardar o cartão de débito, o passe, os documentos e algum dinheiro.)

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